Contentamento suicida – como não suportar a satisfação
O tempo não pode ser um fator de cura. Um espaço na procura por cura. Tortura.
Impulso, compulsão, desgaste neurótico, autoimposto.
Um antigo desenho-fantasma das fantasias reais, um cheiro forte de sexo choraminga e berra, bela.
Eu posso ser o que não sou se não sei o que já sou,
Guerras de consentimento infantil tremendo, galopes de mim ao vento, escuro, escura.
Ondas de ode hedonista preguiçosa e telepática jorram na individualidade massiva
O tempo não pode ser o foder da cura
Os chiqueiros opinativos tecem o passado e minha lama está secando
Ao regredir a persona consciente de outrora, rastejo feito louca sobre o inconsciente, mas sou um momento apenas, um flagelo psíquico de carne rosada
O amor jorra algo que não imploro, eu tinha uma vida que também não foi implorada ou explorada, tanto faz, o poder confuso ofusca a tentativa de ordem
Eu ordeno nada, eu reclamo nada, eu esvazio nada, eu repito nada, mas já nada não basta, tudo escapou, o pouco cegou e o nada é gelo, fogo e divisões ao ar
Cutuco e cheiro os pedaços podres da minha pele. Estou farta implorando por mais, sem prazer.
A repetição, a repetição, a idéia de repetição alcoolizou os movimentos certeiros, uma mão amiga e carinhosa tenta contornar o outro em transferência de sims
Mas há sempre um cão fiel ao não.
Colo ausente
O numero 1 marron no lábio seco feito tattoo
Alagada- a luz frágil dos cílios
Eu estive em todos os lugares sem um único som
E então estrondo uma via de mão dupla barulhenta
Quando consoantes no deserto
Fomos seco feito água moderna sebosa
E mais uma vez um disfarce em preto e branco mancha no colo ausente
Eu estive em todos os lugares escutando um único som
E então nunca mais soube distinguir minha voz.
CFD em Sidney
Há uma brincadeira moribunda em minha face
Um diálogo sem mensagem definida, apago todas sem entender
Eu confundo Jesus com Jung, esqueceram de me contar histórias cont(f)orn(t)áveis
Roteiros em devaneio, uma nuca ferida
Não há expressão definida
Come,come,come
Fode, fode, fode,
Dorme, dorme, dorme.
Não existe Sidney em minha rua.
Desjejum vegetal
Meu berço bruto e febril
A festa nunca termina e o ouvido zune canções de ninar
O menino sol brilha em seu planeta de origem
Eu fui romântica com tanto desprezo
E você, doce vagarosa que se instala no meu item
A selvageria nunca termina e estou pronta para me arranhar
Eu olhei fundo na tua íris e vi mais do que pude suportar
Então, cega e decidida, resolvi me implorar
No meu berço bruto e febril
Minha cabeça infantil machuca em tua direção
Imatura e decidida resolvi não resolver
Há lençóis enozados em meu pescoço sem nenhum comprometimento suicida
Posse e desperdício líquido eliminam e alimentam a nossa grande perda
Sou ceia faminta, eterno desjejum.
