sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Sem zzzz


E então eu vi a mosca 

A mosca se debatia no chão da cozinha,
Andava em círculos, lerda e muda
Insisti por uns instantes para que se equilibrasse e voasse dali,
Algo natural
Mas...desisti dela
Ela que escolhesse o próprio caminho
Fui ao banheiro
E então olho para a parede: a mosca grudada lá!
Ela voou rasante e cambaleante, querendo me dizer algo, mas novamente nenhum zzz
Pedi pra ela ir embora, abri a janela e afastei  a cortina do box
Mas não, permanecia próxima
Me causou repugnância, toda grudada agora no solo
Peguei um pedaço de papel e com um dedo escutei o barulho crocante de sua morte
Pronto, fui dormir exausta com um zumbido mudo no ouvido.


Fiapo






Não é momento de nada
Tire teus pedacinhos de mim
Limpo os pedacinhos sem fim
Não é momento para nada
Escôo tuas vozes de amor
Autoridade de amor aos pedaços
Agora não é momento para nada
Eu não te agradeço, eu não te conheço
Eu me pertenço
Cesse-me, não há momento para nada
Por que o amor ama impor o amor?