quinta-feira, 25 de março de 2010

Psycho Flowers




Eu me ajudei com angústia 
para te distorcer e mais
E toda minha antipatia
me beijou com álcool
Eles me deram seus tesouros
confundindo prazer

Flores...psicóticas...

Flores psicóticas sugam meu poder
e me deixam seca para a vida
Eu tenho os nervos destruídos
que trouxe em minha bagagem
Flores psicóticas são perigosas
Elas não escolhem a idade
Oh nao, eu sei 
Oh não, eu sei


Eu me ajudei com distração 
até não te enxergar mais
E toda a distância fixada
Manteve minha mente hostil
Isto é biológico?
Isto é sociológico?

Flores...psicóticas...

Flores psicóticas sugam meu poder
e me deixam seca para a vida
Eu tenho os nervos destruídos
que trouxe em minha bagagem
Flores psicóticas são perigosas
Elas não escolhem a idade
Oh nao, eu sei 
Oh não, eu sei

Obs: letra e música feita em cima de meu telhado, banda Kaspar Hauser, 2005?!...e curioso é que eu estava pensando no jeito de compor do mestre Cohen e, claro, não ficou nada parecido, impossível... Em breve será lançado um ep com 4 sons da banda gravados neste ano no estúdio Caffeine, com participação extra-espacial-especial do fuzzgarageman Rg, do Vincebuz e membros do bnqnh. Assim que sair posto aqui...

sábado, 20 de março de 2010

Personal collisions

 Eu atravesso o quarto esfumaçado e a porta está sempre trancada. Ao tentar abrir a porta a maçaneta escorrega de minhas mãos caindo ao chão. Eu não consigo sair deste ambiente enfeitiçado. Eu quero sair? Eu preciso sair? Começo a lembrar do velho e doentio costume de ser eu mesmo, tão longe do frágil, perdido em toques, teclas e putaria. Eu aperto o botão e jorro na tela empoeirada. Meu prazer caduco, meu animal faminto, minha mulher vencida. A irmandade dum homem só, nula. Anula. Limpo meu suor diário e escrevo num box a repetição da arte. Eu imito a arte e esqueço a vida. Os sons saem da minha garganta e não tenho nada a dizer. E falo sem parar, canso meu diafragma, abro a boca, sugo o ar e a espiral de minhas palavras atravessa os ouvidos dos cansados de mim. E tento falar, e falo para tentar dizer que estou mudo. Eu surdo você. Minha pele lisa sempre escapa. Fujo, corro pra longe mas estou próximo, próximo demais. E me machuco, cutuco as feridas e deixo sangrar pois estou próximo demais e, fácil de escapar, conheço atalhos, riachos de mim escorrem ralo afora. O cheiro do ralo invade minhas têmporas, poros e crucifixa minha fé triste e pobre. Sou um homem pobre irradiando ouro fraco. Os tolos compram. Teimo no fim antes do começo. Saboreio as imagens do fim. O gosto do combustível queima em meu estômago. Diluído, absorto, vazio. Esqueço a hora de levantar, esqueço a hora de dormir, tenho azia do descanso e me escoro em sofás gastos. Minha chave gira em falso e tenho muitas coisas guardadas não sei onde. Uma estranha girafa de pelúcia em minha garagem tem a cabeça estourada e me lembra que sou feito de isopor. Há bolor, traças e goteiras por toda parte de mim. Sou um jardim de éter, seco, semimorto, murcho. Rego-me até apodrecer. Contemplo cego o meu relógio.

sexta-feira, 19 de março de 2010

sem um som

                                                                                      
                                    os pássaros gritam histéricos 








e me machucam as melodias.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Mad polen





normalismo é um abismo.
você pula, pensa que aterrissou mas o chão nunca vem.

sexta-feira, 12 de março de 2010

R.I.P. Glauco!


Traço-homenagem de Caio Schiavo


Morre Glauco, 53, grande cartunista-cronista deste triste trópico. Irreverente, anárquico, afiado e muito talentoso, ele e seu filho Raoni de 25 anos foram assassinados a tiros hoje por um louco. Que merda insana. Muito triste isso! O cara retratava como poucos a realidade desvairada da política, sociedade e cultura brasileira e fez parte da vida de gerações, inclusive da minha. O Brasil fica mais burro e nós, Donas Martas e Geraldões, órfãos. Sem mais palavras. Não dá. Descanse em paz!

quarta-feira, 10 de março de 2010

Minha irmã é uma ilha


Eu sempre digo para ela ter cuidado antes de ir embora
e não confio nela o suficiente pra acreditar que tudo ficará bem
ou melhor, eu não a conheço
mas ela sempre volta
queimada ou cheia de feridas, ela volta
começo a acreditar que ela sabe o que quer
mesmo apunhalada ou apaixonada diversas vezes pela mesma pessoa
mas é a mesma pessoa
e ela ainda é a mesma em meio a tantos retalhos
e eu a confundo toda vez em que a imagino
então a encontro fria e minha dentro de mim
ela é uma ilha, uma ilha, uma ilha
e moro com ela desconhecendo todo o nosso resto.

terça-feira, 2 de março de 2010

Facas sem corte






Esta socialização estúpida de cada dia esbarrando drinque, fogo e covardia

O altar do não significado

A foda de êxtase estéril

As idades não correspondidas

O jogo imaturo das horas

As criaturas recém-nascidas

Contaminação, repetição, dominação, inversão

Somos facas sem corte em golpes finais