sábado, 26 de fevereiro de 2011

Se pudesse chamaria pelo teu nome



Os olhos de bambu
Nos galhos da noite
Desfazem e refazem o ninho.

Foto por Amandla Rocha - Série Desespero - Sandman

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O plano da ilusão



O calor dos lábios frios
A mão calejada de desejo e obstinação vazia
Sua figura tímida de torpor
Eu era pequena quando me apaixonei pela verdade
E então cresci próxima da insanidade
Mas se tudo é tão real e moldável pela vontade
Eu poderia escorregar mil vezes pelo seu corpo branco
E o sangue negro do meu amor em cactos forma um louco lago sonoro
Eu poderia gritar mais alto pra você ir embora
A corrente forçosa de esperança me mantém aterrorizada nesta cidade
E todos querem se dar bem
Mas me diga quando chegaremos ao abismo?
Tenho uma visão turva sobre os fatos
Eu rabisco umas palavras para conseguir me ler melhor
E você estranho e próximo demais
Cega minha tendência frágil de ser vidro pontiagudo
Já que a realidade é una, e eu não conheço outra etapa evolutiva
Vamos dançar na próxima semana, nos absorver pelo amor extenso e profano
Eu sou sua, você é meu, porque então não paramos de fingir o jogo do adeus.


Fevereiro febril da porra, faça-me voltar a mim.
*Foto por Amandla R. do TCC A fotografia ensaiada : A imagem do museu no sonho - Uma visão imaginária da HQ Sandman (2010)

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Sobber Fog


 É difícil entender o significado de ser abstrato
A forma abstrata é clara, eu compreendo
Mas a neblina e o depois sempre ofuscam a liberdade e a possibilidade de ser nada
Sim, eu sinto falta dos dias de pensamento sóbrio
Obrigada por ainda ser minha própria tragédia
Sim, eu gostaria dos dias de neblina sóbria
Obrigada por ainda ser minha própria insanidade.


Som da banda Kaspar Horse, que espero tocar na próxima semana na Seletiva Grito Rock Bauru

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Eu sou um sonho, então me foda!



*Foto por Amandla R. do TCC A fotografia ensaiada : A imagem do museu no sonho - Uma visão imaginária da HQ Sandman (2010)


Slides, um momento

Você me deu ótimos momentos
e a constante realidade machuca de esperança
Você me dá ótimos confortos
mas o que eu visto dói.


Eu fui uma operação

Sinto a carne morta da minha língua viva
sensibilidades distintas
agonia é harmonia
os elétrons insconstantes dançam
todos os meus movimentos pela reação que arde
a divisão exata em minha boca
química maldita que cura e estraga
como uma criança espero o seu retorno
ansiosa pelos dias incertos que seguem anestesiados.


Memória

Eu precisava esquecer aquelas pessoas
até sentir alguma falta delas


Continum desnecessário


Eu não tenho herança alguma
não sou herdeira dessa sua cultura
sou um passeio inacabado no trago da vida.


Escriteens entre 2001 e 2004. Hoje estou velha, rabugenta e sem saco pra escrever e postar aqui.