quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O plano da ilusão



O calor dos lábios frios
A mão calejada de desejo e obstinação vazia
Sua figura tímida de torpor
Eu era pequena quando me apaixonei pela verdade
E então cresci próxima da insanidade
Mas se tudo é tão real e moldável pela vontade
Eu poderia escorregar mil vezes pelo seu corpo branco
E o sangue negro do meu amor em cactos forma um louco lago sonoro
Eu poderia gritar mais alto pra você ir embora
A corrente forçosa de esperança me mantém aterrorizada nesta cidade
E todos querem se dar bem
Mas me diga quando chegaremos ao abismo?
Tenho uma visão turva sobre os fatos
Eu rabisco umas palavras para conseguir me ler melhor
E você estranho e próximo demais
Cega minha tendência frágil de ser vidro pontiagudo
Já que a realidade é una, e eu não conheço outra etapa evolutiva
Vamos dançar na próxima semana, nos absorver pelo amor extenso e profano
Eu sou sua, você é meu, porque então não paramos de fingir o jogo do adeus.


Fevereiro febril da porra, faça-me voltar a mim.
*Foto por Amandla R. do TCC A fotografia ensaiada : A imagem do museu no sonho - Uma visão imaginária da HQ Sandman (2010)

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