segunda-feira, 3 de junho de 2013

Como enxergar coração em fiapo de cobertor e não despencar

pós-trip-me-good?
Ontem eu a vi
Toda anulada
Seus lindos olhos inchados cor-de-mel deslocados
Nos abraçamos tímidas e ocas
Seu corpo longuíquo
Ilhada, ingeriu tempestades
Exalava um torpor derrotado
Mas havia medalhas no cantinho de seus lábios avermelhados
Esboçava um sorriso meio torto e tenso, na verdade, quase imperceptível, como um tique charmoso
Eu estava devorando cada erro de sua fisionomia, confesso
Era irrefreável, instintivo e urgente
Gostaria de salvá-la, embora fosse o meu abismo
O que poderia fazer? Sugestões e tolas opiniões?
Era melhor assisti-la passiva, incrédula
Aquela presença neutra contrastava com a soma dos lamentos
Oh mulher se aprume, rume
Eu rujo e fujo, sei
Talvez a sensatez me vista dessa vez
Ou visite, ao menos
Essa despedida de lágrimas ruidosas e nervosas desfoca, sufoca
Transbordamento ou espancamento?
Não bebo mais de seus trópicos
Vaidade, dependência
Fraude e falência
Um urro a anulação
Eu atualizo meus nãos
Então ela vira as costas
Sem jamais partir.



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