quarta-feira, 25 de julho de 2012

Calabura


Quando eu tenho estalos de consciência sofro amnésia
Não quero ser mais engraçadinha na minha terra mental
Pintamos desperdício em todo vocabulário
E as vezes compreendo que nada faz sentido
Eu sofro regressão desde os 9 anos, e agora pareço estar em idade avançada
Mas permaneço pregada numa era infantil sem lembranças
Calabura, calabura, calabura
As graminhas verdes estralam no sol da minha memória
Uma árvore musical entediada e o topo de arco-íris
A lenda do circo e do sem-fim adeus
Um rosto marcado, um sexo molhado, um choro adiado, um abraço desperdiçado,
Olhares de raio x através da parede de madeira verde mostram o homem santo
Belo e aterrorizante para qualquer garota
Eu acho que perdi a minha fé naquele dia, mas continuei tentando após os 30
O perfume de erva fresca incendiando o lar
Uma dona de casa de olhos vendados e profundos
Meninas entrelaçadas na piscina de cimento
Cortinas de pernilongo e sabão no chão vermelho escorregadio
 Me lembram tanto o agora que não esqueço (o) ontem.
Calabura, calabura, calabura
Canta e urra.



Ecos de Ilha Solteira na Jaú-Bauru 

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